Livros Infantis para o público cabo-verdiano
Afita cor-de-rosa é o título de uma obra para o público infantil que marca a estreia em livro do jornalista e blogueiro cabo-verdiano Odair Varela Rodrigues. É a história de uma gata janota que reinava sozinha numa ilha deserta e estava ansiosa por encontrar um amor. Um dia, consegue capturar um pombo que sempre quisera caçar. A ave promete-lhe que, se o deixar partir, irá voltar com um companheiro para ela. Mas o que traz é algo que ela não esperava… A história recebeu uma menção honrosa no Concurso Lusófono da Trofa, em 2013, na categoria de conto infantil, entre mais de 250 concorrentes, de todos os países lusófonos. Com 36 páginas, o livro é uma edição do próprio autor e en-contra-se à venda em versões impressa e digital pelo site Amazon. Conta com ilustrações de Rogério Rocha, curiosamente o mesmo que ilustrou um outro livro sobre felinos, lançado no ano passado: O gatinho medroso, da autoria do antropólogo João Lopes Filho. Este último narra a história de uma velhinha que tinha um quintal cheio de gatos, pois alimentava e protegia os que encontrava abandonados. Tem uma proposta pedagógica – pois procura sensibilizar as crianças para o respeito pela natureza e os animais – e é interativo, pois a história não termina: é o próprio leitor a inventar o fim que desejar. Depois de lançado no Mindelo, foi apresentado em junho na Praia, durante a Feira Municipal do Ambiente, numa iniciativa da Associação Bons Amigos, ligada à proteção dos animais.
in "AFRICA21", Julho de 2014
Lisboa: João Lopes Filho entrevistado por crianças-jornalistas 12 Abril 2013
Myriam, de dedo no ar, repetia que a sua tetravó era cabo-verdiana da ilha do Fogo e Emanuel, que clarificou ser “português filho de angolano e cabo-verdiana” perguntou ao escritor João Lopes Filho: Qual o teu livro que gostas mais?
O escritor e antropólogo que prepara agora uma obra de investigação sobre a etnografia do historiador António Carreira, respondeu que não pode escolher os seus livros, porque é tal como uma mãe que gosta de todos os seus filhos.
Foi no lançamento do seu livro infantil, “ O Gatinho Medroso”, numa sessão da Escola EB1 do Vale da Amoreira, no município da Moita, do outro lado Tejo, zona onde vive uma grande comunidade originária de Cabo Verde, entre outras.
Carlota Barros, poetisa - sob um fundo musical “Oh Narina”, cantada pela artista cabo-verdiana Lura, que as crianças bem conheciam, trauteando a sua letra - foi a contadora da história do gatinho preto que tinha muitos medos, sobretudo de um cão raivoso, socorrendo-se da ferramenta de “power point”que mostrava o colorido das ilustrações de Rogério Rocha e estimulava a imaginação infantil e construir outros caminhos.
O livro está concebido de forma a que cada criança dê largas à sua imaginação e vá construindo a sua história, verificando que cada um pode ser também um escritor da sua criatividade.
Assim e de acordo com as turmas do 2º e 3º anos, C e D, o Gatinho Medroso, podia chamar-se “Osíris”, “Bombom” ou “Faísca”, assim como a avozinha que dele cuidava juntamente com outros gatos pretos, pardos, brancos, amarelos e às riscas, se chamava segundo, à imaginação de cada criança, “Libertina”, “Rosa” ou “Diamantina”. O cão raivoso, de dentuças arreganhadas, foi por unanimidade da plateia, qualificado de imediato como “um pitt-bull” a raça de um cão perigoso que recentemente atacou em Portugal várias crianças.
Carlota Barros leu-lhes um poema seu sobre um gato da sua infância e desfiava todo um Cabo Verde nas suas ilhas, e numa interacção com as crianças, ia-lhes puxando pelo enriquecimento do vocabulário na descrição das imagens. Uma delas considerou que o Gatinho Medroso, “estava com vertigens” e outra quis saber saber o que era exactamente o trabalho de Ana Cordeiro, que acompanhava o escritor, em representação da Ilhéu Editora. “Afinal o que era isso de ser editora de um livro?”
O final da história – o que aconteceu ao gatinho medroso escondido num telhado - teve os mais mirabolantes desfechos. Desde o ter sido seduzido por uma cana de pesca com peixe como isco, ao salvamento pela avozinha que saltou de para-quedas, até ao trepar ao telhado de um menino comovido que, virtualmente, lhe daria muitos beijinhos.
João Lopes Filho estava radiante pelo resultado que a sua obra tenha provocado na imaginação e criatividade dos alunos e além dos “jornalistas” Samuel, Luana, Daniel, Fábio, Rodrigo, Arlindo, entre outros, também não escapou a objectiva do “fotógrafo” Vidal que registou o escritor a ser entrevistado e a receber flores.
O escritor, autor demais de duas dezenas de obras, de carácter académico e literário e que foi distinguido em 2010 com o prémio Sonangol de literatura pela sua obra "Percursos e destinos” escreveu também o livro infanto-juvenil, o primeiro, “Vamos Conhecer Cabo Verde".
Aliás foi com o valor daquele prémio que o escritor, doutor em Antropologia, investigador e professor na Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Cabo Verde, decidiu criar uma fundação com o seu nome para promover as artes culturais.
A animadora cultural da Biblioteca Municipal da Moita, Lourdes Cavaquinho, e as professoras Teresa Rodrigues, Carla Figueiredo (coordenadora), Rosa Dias, Fátima Rodrigues e Ermelinda Nogueira desta Escola dirigida por Luísa Antunes e que abarca cerca de 250 alunos dos primeiros anos do ensino básico, entre os seis e os 10 anos, manifestaram a sua satisfação, pelo facto das crianças, de origens culturais diversas, terem sido envolvidas neste projecto de criação de novas histórias a partir do Gatinho Medroso.
Os “escritores” ficaram de completar as suas histórias a partir do gatinho preto, medroso, com as respectivas ilustrações e os “jornalistas” vão ter de escrever o acontecimento no seu jornal escolar.
(Otília Leitão - ASEMANA online, 18 de Abril de 2013 )
“O Gatinho Medroso” de João Lopes Filho apresentado no CCM
No pátio do Centro Cultural do Mindelo, sob a chancela da Ilhéu Editora, será lançado hoje a obra literária O Gatinho Medroso de João Lopes Filho, com ilustrações de Rogério Rocha, numa sessão dirigida a adultos e crianças, pois conta com a participação de Elisabete Gonçalves que irá contar muitas estóreas de gatos.
Durante a sessão de lançamento, será também aberta ao público uma exposição de estudos e desenhos de Rogério Rocha, feitos para as ilustrações da obra, que permitem acompanhar o processo criativo deste autor.
João Lopes Filho é doutor em Antropologia, investigador e professor na Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Cabo Verde. Tem uma vasta obra académica publicada mas, na área da ficção infanto-juvenil, este é o seu segundo título, tendo já publicado Vamos Conhecer Cabo Verde, também com a chancela da Ilhéu Editora.
Rogério Rocha é designer e professor no M_EIA (Mindelo, Escola Internacional de Artes).
A sessão de lançamento conta com o apoio do Pólo do Mindelo do Camões / Centro Cultural Português.
In "ArteFaktos - Jornalismo Cultural", Dezembro de 2012
João Lopes Filho lança “O gatinho medroso”
O antropologo João Lopes Filho laçou esta quinta feira a obra dedicada à infancia, intitulada “O gatinho medroso”. O trabalho, pretende preencher uma lacuna no ramo dos contos de infância, ao mesmo tempo que apresenta um aspeto didático. A obra tem a chancela da Ilheu Editora e conta com ilustração de Rogério Rocha.
O lançamento do conto aconteceu esta quinta feira no Centro Cultural do Mindelo, com uma exposição das ilustrações do livro e a apresentação de histórias sob a responsabilidade de Elisabete Gonçalves.
Texto, reportagem e fotografias: Francisco Delgado - Artefaktos
In "ArteFaktos - Jornalismo Cultural", Dezembro de 2012